Tony Elumelu, presidente do Grupo UBA aborda sobre a expansão global do UBA e o crescimento futuro de África

Tony Elumelu, presidente do Grupo UBA aborda sobre a expansão global do UBA e o crescimento futuro de África
Saindo da reunião com o Presidente do Senegal, Faye, e com Aliko Dangote, e prestes a celebrar 40 anos de operações bancárias nos EUA, o presidente da UBA, Tony Elumelu, expõe a sua visão para “unir os pontos” em todo o continente e no mundo.
Tony Elumelu, o sempre cinético proponente do Africapitalismo, defende a criação de riqueza em África e uma abordagem ao desenvolvimento virada para o futuro. “No século XXI, não devemos culpar os outros pelo nosso estado de desenvolvimento como continente; temos de assumir as nossas responsabilidades”, afirma, realçando a auto-suficiência.
No final de Agosto, reuniu-se com o novo presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, que tem as suas próprias perspectivas sobre a experiência colonial. Pouco depois, juntou-se a Aliko Dangote em Kigali, no Ruanda, para promover um Renascimento Africano com outros líderes empresariais africanos. No dia 24 de Setembro, celebrará os 40 anos de operações do United Bank for Africa (UBA) nos Estados Unidos.
Dangote em Kigali para promover o Renascimento Africano com outros líderes empresariais africanos. Em 24 de setembro, celebrou os 40 anos de operações do United Bank for Africa (UBA) nos Estados Unidos.
Em 2021, adquiriu um joint venture de fornecimento de 20,000 barris por dia junto à TotalEnergies, Shell e ENI. “Actualmente, produzimos 46, 000 barris de petróleo por dia”, afirma, gerando receitas diárias substanciais.
A admissão à cotação, em 2024, do projeto de energia de Ughelli na bolsa de valores da Nigéria foi um marco significativo. Fornecendo um terço da eletricidade do Benim, o valor da empresa ultrapassou os mil milhões de dólares no seu primeiro dia de negociação.
Questionado sobre o benefício para o UBA em ter uma bancária nos EUA, Tony Elumelu responde:
“O UBA é o único banco africano que tem uma licença federal para operar nos Estados Unidos. Não é fácil, os EUA têm as normas regulamentares mais rigorosas. Sabe, antes da Lei Patriota em 2001, alguns bancos africanos estavam nos EUA, mas assim que foi introduzida, outros saíram. Nós ficámos por causa das nossas normas de governação.”
Continuando disse: “África precisa de mais de 100 mil milhões de dólares por ano para resolver o seu défice de infra-estruturas. Temos todo o gosto em intermediar esses fluxos de financiamento. Os EUA são a sede financeira do mundo, mas também operamos no Reino Unido, nos Emirados Árabes Unidos e estamos a nos expandir na França com vista a cobrir a União Europeia”
Questionado sobre operações das Nações Unidas a partir dos EUA. CEO do grupo UBA disse:
“Sim, é verdade. Fazemos operações das instituições do mundo do desenvolvimento – as agências das Nações Unidas e as restantes. Eles querem uma instituição financeira fiável e sólida, com presença em toda a África e elevados níveis de governação. Por isso, a partir do conforto do seu escritório em América, Japão ou Europa, pode enviar dinheiro para pessoas em Maiduguri, Kano ou Lagos utilizando as nossas plataformas digitais.”
Acerca das operações na França, Tony Elumelu disse:
“Consideramos a França como um centro fundamental para o Grupo UBA, uma vez que operamos em 11 países africanos francófonos. O UBA tem mais de 45 milhões de clientes em África. Para estes clientes, queremos certificar-nos de que ligamos os pontos – não só na América, mas também em Paris.”
“Estive recentemente em Paris e reuni-me com Patrick Pouyanné, Director Geral da Total, para explorar oportunidades. Em 2021, adquirimos um activo petrolífero da Shell, da Total e da ENI. Pensamos que podemos fazer mais; consideramos a visão da Total como complementar.”
Acerca do impacto da presença francófona e anglófona na agenda da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), Tony Elumelu disse:
“É muito importante. O desafio que temos enfrentado é o facto de o comércio intra-africano ser fraco – menos de 12%. Temos de aumentar e melhorar este valor. África precisa de fazer comércio entre si. Estive no Benim há dias por três razões: Primeiro, para ver as operações do UBA – novas agências, como estão a atender aos clientes – e fiquei satisfeito. Em segundo lugar, para ver como é que o Grupo Transcorp – a minha outra responsabilidade – pode fazer mais para melhorar o acesso à eletricidade no Benim. Fornecemos quase 30% do seu consumo de energia.”
“E porque é que isto é importante? Trata-se de ajudar a desenvolver África, o que me leva à terceira razão: ver os beneficiários da Fundação Tony Elumelu. Já apoiámos mais de 20,000 jovens africanos com capital inicial não reembolsável de 5.000 dólares cada.”
E sobre se os destinatários irão impulsionar a próxima onda de integração comercial africana? Respondeu
“Exactamente. Vamos juntar os pontos. Temos a instituição financeira a fazer operações bancárias e a facilitar os pagamentos às PME [pequenas e médias empresas], que são o motor do crescimento, e depois o governo a fornecer o acesso à eletricidade para que isso aconteça. As PME são as que vão fazer comércio em toda a África. Criámos o TEFConnect, um mercado digital com mais de um milhão de participantes. Um empreendedor a que visitámos em Benim já tem negócios em três outros países africanos.”
Acerca de abrir subsidiárias noutros países africanos, CEO do UBA disse:
“De facto, não podemos ficar apenas nos 20 países. A nossa ambição é estar em todos os países africanos. [Para isso, estamos a abrir a propriedade do UBA a todos os africanos. Queremos mais participação africana. Depois da Assembleia Geral da ONU, estaremos no Uganda para um roadshow para investidores. Porque a ZCLCA não é apenas uma questão de comércio; o software necessário para orquestrar e impulsionar o comércio é o sistema financeiro. É por isso que queremos abrir o UBA a um maior número de proprietários africanos.”